sábado, 8 de junho de 2013

Sobre a relação das nádegas e a informação

O que será que aconteceria se todos se dispusessem a levantar suas acomodadas nádegas de seus respectivos confortáveis assentos para sair e ver de perto, e com os próprios olhos, o que acontece por aí? Só dar uma espiadinha... E se quem não viu não pudesse falar sobre e quem não viveu não pudesse opinar sobre? E se quem ouve de quem não viu não acreditasse, ou quem não viu não perguntasse para quem não viveu? Talvez quem queira saber, mesmo que mais ou menos, não corresse o risco de ouvir de quem perguntou a quem não viveu, um opinião formada por quem não viveu, moldada aos ouvidos de quem perguntou, mutilada pela preguiça de quem quis saber mais ou menos... E se, para facilitar, isso tudo fosse escrito para que muitos pudessem ler? Quem poderia escrever?

quarta-feira, 27 de março de 2013

Seja lá quem tenha passado por aqui...


       Constatei há 20 dias, ao preço de uma profunda ferida aberta, que as pessoas, nômades ou não, deixam impressões muito emblemáticas de sua passagem pelos lugares onde estiveram. Obviamente, e infelizmente para mim, os sedentários têm muito mais tempo para isso. Sobre as estas impressões, percebi algo de muito especial nas marcas deixadas nas paredes, sobretudo as não intencionais, podemos saber onde se pendurou um quadro, onde o móvel batia, onde se encostava a pessoa pensativa, algumas vezes encontramos um lápis de cor vermelho em algum momento dessa história, achamos momentos de raiva, de descuido, de manias… E como é dolorido deparar-se com um quarto no qual uma pessoa, que faz falta, transborda amarelecida pelas paredes.